fevereiro 24, 2006

Tão a perceber a táctica?

Anulado. É a palavra capital no final do artigo. Começar tudo de novo, com um julgamento enquadrado com novas “provas”, novas “declaracões”. Como dizia “Deep Throat”: follow the money, folks.

Por causa de advogado de Bibi - Julgamento da Casa Pia suspenso

José Maria Martins
suscitou um incidente de recusa da juíza Ana Peres após, alegadamente, a magistrada lhe ter dado uma forte reprimenda.

Segundo fontes ligadas ao processo, citadas pela agência Lusa, o advogado de «Bibi» estava a interrogar a testemunha (Joaquim Rocha, preceptor do colégio de Pina Manique) de forma agressiva.

De acordo com os relatos de quem presenciou esta sessão de julgamento, que decorreu à porta fechada, José Maria Martins terá deixado escapar as frases «estou-me nas tintas para este julgamento», «isto é uma vergonha, a justiça portuguesa» e «este julgamento é uma palhaçada», altura em que a juíza o repreendeu.

De imediato, José Maria Martins suscitou um incidente de recusa da juíza Ana Peres, que, na prática, significa pedir o seu afastamento do processo por alegada falta de isenção.

O recurso é apresentado ao Tribunal da Relação e o juíz terá cinco dias para se pronunciar sobre o incidente. Se for considerado infundado, o julgamento continua e José Maria Martins pode incorrer numa sanção até 1800 euros. O juíz pode também considerar que o incidente suscitado pelo advogado de «Bibi» tem fundamento, mas precisa de provas adicionais.

Numa segunda fase, José Maria Martins poderá ainda recorrer ao Supremo Tribunal.

Caso os vários recursos se verifiquem e tendo em consideração que os julgamentos, por lei, em Portugal, só podem estar interrompidos durante 30 dias, o julgamento do processo Casa Pia, que já decorre há um ano e meio, corre o risco de ser anulado.
[EXPRESSO]