EXPRESSO / O exemplo de Jardim
Jardim tem apelidado os seus inimigos políticos de "rascas", "rafeiros", "incompetentes"
Editorial de Expresso
UMA notícia do Público da semana passada dava conta da condenação na Madeira de um articulista que chamava «garotinho» a Alberto João Jardim, por este ter «achincalhado» um amigo seu.
O articulista acusava ainda Jardim de se fechar «na sua concha de arrogância, prepotência e completa falta de respeito pelos outros».
Curioso é que, ao mesmo tempo que condenava o autor do artigo, o tribunal do Funchal reconhecia que Jardim tem apelidado os seus inimigos políticos de «rascas», «rafeiros», «incompetentes», «covardes», «mafiosos», «parvalhões», «abutres», «malandros», «canalhas», «vigaristas», «tarados», «tontos», «broncos», «psiquicamente doentes», «subversivos idiotas», só não incluindo as expressões «bastardos» e «filhos da p...» por terem sido proferidas após as audiências de julgamento.
ALBERTO João Jardim tem-se afirmado ao longo dos anos como inimigo do «sistema» e adversário do «politicamente correcto», o que é respeitável.
O sistema político que temos não será o ideal (embora Jardim também nunca tenha apresentado uma alternativa consistente e razoável) e o «politicamente correcto» assume por vezes aspectos ridículos ou detestáveis.
Nisso, o EXPRESSO acompanha o líder madeirense.
Sucede que, quem critica, tem de se colocar num plano moral superior.
Os políticos avaliam-se pelas suas obras (e Jardim tem obra feita) mas também pela sua elevação, pela qualidade das suas intervenções, pela exemplaridade do seu comportamento.
Ora o que vemos, quando observamos Jardim?
Vemos um homem com um discurso elevado, com uma conduta irrepreensível - um homem capaz de ser apresentado aos outros como um exemplo?
É LEGÍTIMO que Alberto João Jardim faça críticas ao sistema, que mostre a sua aversão a um certo discurso alinhado com o «ar do tempo», que ataque - até - os jornalistas de Lisboa, que em sua opinião o perseguem.
Tudo isto é aceitável.
Mas para que esta mensagem passasse, Jardim teria de se dar ao respeito.
Ora o problema é que não se dá ao respeito.
Não respeita os outros nem se respeita a si próprio.
Alberto João Jardim tem razão em várias críticas que faz.
Só que a forma pouco elevada e pouco elegante como as faz acaba por levar a que se dê quase sempre mais razão aos seus adversários.
O articulista acusava ainda Jardim de se fechar «na sua concha de arrogância, prepotência e completa falta de respeito pelos outros».
Curioso é que, ao mesmo tempo que condenava o autor do artigo, o tribunal do Funchal reconhecia que Jardim tem apelidado os seus inimigos políticos de «rascas», «rafeiros», «incompetentes», «covardes», «mafiosos», «parvalhões», «abutres», «malandros», «canalhas», «vigaristas», «tarados», «tontos», «broncos», «psiquicamente doentes», «subversivos idiotas», só não incluindo as expressões «bastardos» e «filhos da p...» por terem sido proferidas após as audiências de julgamento.
ALBERTO João Jardim tem-se afirmado ao longo dos anos como inimigo do «sistema» e adversário do «politicamente correcto», o que é respeitável.
O sistema político que temos não será o ideal (embora Jardim também nunca tenha apresentado uma alternativa consistente e razoável) e o «politicamente correcto» assume por vezes aspectos ridículos ou detestáveis.
Nisso, o EXPRESSO acompanha o líder madeirense.
Sucede que, quem critica, tem de se colocar num plano moral superior.
Os políticos avaliam-se pelas suas obras (e Jardim tem obra feita) mas também pela sua elevação, pela qualidade das suas intervenções, pela exemplaridade do seu comportamento.
Ora o que vemos, quando observamos Jardim?
Vemos um homem com um discurso elevado, com uma conduta irrepreensível - um homem capaz de ser apresentado aos outros como um exemplo?
É LEGÍTIMO que Alberto João Jardim faça críticas ao sistema, que mostre a sua aversão a um certo discurso alinhado com o «ar do tempo», que ataque - até - os jornalistas de Lisboa, que em sua opinião o perseguem.
Tudo isto é aceitável.
Mas para que esta mensagem passasse, Jardim teria de se dar ao respeito.
Ora o problema é que não se dá ao respeito.
Não respeita os outros nem se respeita a si próprio.
Alberto João Jardim tem razão em várias críticas que faz.
Só que a forma pouco elevada e pouco elegante como as faz acaba por levar a que se dê quase sempre mais razão aos seus adversários.
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