GENTE / Presidenciais 2006
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Louçã com Garcia: À reconhecida aptidão oratória do candidato Garcia Pereira acrescente-se, agora, a sua capacidade persuasiva. O advogado, apesar de afastado dos debates televisivos e de não aspirar à cadeira de Presidente da República, vai fazendo mossa no eleitorado, que, naturalmente, seria reivindicado por outras candidaturas mais ambiciosas. É o caso de José Louçã, isso mesmo, o primo do Francisco, o candidato bloquista. Quem o quiser conhecer só precisa de visitar a sede de campanha de Garcia Pereira, na Av. João XXI, em Lisboa, onde ele se desdobra a organizar a campanha de um dos adversários do primo. Poder-se-ia pensar em golpe de espionagem, mas José desmente categoricamente. Apesar do apelido, está de corpo e alma com Garcia Pereira.
Esquerda Caviar. Está encontrada a origem da designação «Esquerda Caviar», habitualmente colada, em Portugal, aos militantes do Bloco de Esquerda. No final do ano, Zinedine Zidane e Ronaldo, dois notabilíssimos futebolistas, organizaram um jogo de futebol a favor de uma causa nobre, a luta contra a pobreza. «Nobre e de esquerda», diria com toda a certeza Francisco Louçã. Daí que não seria nada estranho ver associado a esta iniciativa o símbolo do Bloco de Esquerda ainda que nos guardanapos apostos nas mesas onde se serviu o repasto após o jogo. Só a perspicácia do repórter de GENTE permitiu perceber que não se tratava de propaganda bloquista, mas antes publicidade à empresa de «catering» norte-americana Aramark, que serviu o jantar. Felizmente, a designação foi inspirada numa altura em que o esturjão ainda não era uma espécie em extinção. Se assim fosse, tentem imaginar uma designação tipo «esquerda sapateira»...
Preocupações comunistas. Logo a 3 de Janeiro, dois deputados do PCP - o líder parlamentar, Bernardino Soares, e o novel Miguel Tiago (sim, Miguel...) - apresentaram um requerimento ao Governo através do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Estão os deputados, e o seu partido, preocupados com a «tentativa de ilegalização da União Comunista da Juventude pelo Governo da República Checa». Querem saber se o Executivo português tem conhecimento de tal «tentativa de ilegalização» e «que posição tomou ou pretende tomar, quer na União Europeia, quer junto do Governo da República Checa, no sentido de manifestar o repúdio do Estado português perante este grave atentado contra as liberdades e a democracia». GENTE não podia ter mais simpatia por tal preocupação, mas tem umas pequenas dúvidas a esclarecer: será que antes da queda do muro de Berlim os deputados comunistas também pediam a intervenção do nosso Governo por causa de organizações políticas proibidas na Checoslováquia? E no caso específico de Bernardino Soares, porque não vira a sua atenção para a Coreia do Norte? Ah, já nos esquecíamos, é uma democracia... [EXPRESSO]
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