janeiro 21, 2006

PRESIDENCIAIS / Dia de reflexão

Hoje é um dia dedicado à reflexão sobre o nosso futuro, que é como quem diz, a jornada dos palpites. Mas o pessoal faz tudo menos reflectir. Porque se reflectisse, não metia a pata na poça, ou seja, era capaz de nem ir votar. Mas eu, apesar de estar longe, meti-me nessa da reflexão. Depois de um almoço espectacular com o meu amigo catalão Joaquim Utset, num bom restaurante espanhol aqui em Miami, ao fim de umas boas tapas regadas com uma insubstituível cerveja galega, cheguei a estas conclusões:

Mario Soares quer ser presidente porque, com a idade que tem, tem todas as chances de acabar no Panteão Nacional, ao lado da Amália e outros personagens. Protocolo de Estado, oblige.

O Cavaco Silva quer ir para Belém, não porque tenha sequer uma vaga ideia do que faz um presidente, mas sim porque é uma forma de recuperar o prestigio que perdeu nas eleições, quando foi corrido pior que os espanhóis pela padeira de Aljubarrota.

Manuel Alegre como não vende livros e vive do ordenado de deputado há um porradão de anos quer, pelo menos, ser lembrado por alguma coisa. Quanto mais não seja por presidente de honra do batalhão de bombeiros voluntários da Vila Nova de Milfontes, um cargo inerente à presidencia da República.

O Jerónimo de Sousa é um mistério. Não se sabe se quer ir para Belém ou está a cumprir uma missão do partido. Como se sabe, o Partido é “quem mais ordena”.

Francisco Louçã tá na corrida para chatear o Jerónimo. Se ganha, prova que os dissidentes do Partido tinham razão e a vingança é um prato que se come frio.

O último gajo, o do MRPP, contenta-se apenas com que se lembrem do seu nome. [RF]