PRESIDENCIAIS / Sócrates pode desafiar Alegre
O futuro de Manuel Alegre no PS entra amanhã numa contagem decrescente cujo final é imprevisível. Com o ambiente insustentável no interior do PS, dado que “há muita gente ferida com ele [Alegre]”, nas palavras de um alto dirigente socialista, o candidato presidencial, caso decida manter-se no partido após as presidenciais, poderá ser desafiado por José Sócrates a disputar a liderança do PS em congresso, “para clarificar a situação e acabar com o problema de vez”, disse ao CM um socialista próximo da direcção nacional.
Ontem, Manuel Alegre foi categórico sobre o congresso do PS: “Isso não me interessa. Neste momento só me interessa a segunda volta das presidenciais.”
O certo é que, para já, alguns dirigentes e ex-dirigentes do partido colocam claramente a decisão sobre o futuro de Alegre no PS do lado do candidato presidencial: “A bola vai estar do lado do Alegre no próximo mês”, afirma um socialista. E um alto dirigente do PS acrescenta: “A bola não está no campo do José Sócrates e, por isso, se algo for feito, é em reacção a qualquer atitude menos adequada [de Manuel Alegre].”
O mesmo dirigente diz mesmo que o regresso de Alegre às actividades partidárias, ao grupo parlamentar do PS e às funções de vice-presidente da Assembleia da República, para as quais foi indicado pelos socialistas, “é uma questão de ele se sentir bem ou mal no partido”.
Uma outra fonte socialista é ainda mais precisa. “O Alegre tem duas saídas na segunda-feira: ou abandona a vida política ou se integra no grupo parlamentar e isso irá criar fricções.” E, se assim for, “o Sócrates vai desafiá-lo para disputar a liderança. Isso vai acontecer inevitavelmente, porque aí o Sócrates estará sempre à vontade, até para o massacrar do ponto de vista eleitoral”. A este propósito, diz o alto dirigente: “Manuel Alegre teve cerca de 15 por cento [na disputa com Sócrates para secretário-geral], não sei se teria mais votos se disputasse agora a liderança.”
Certo, neste momento, é que a candidatura presidencial de Manuel Alegre, como diz um ex-dirigente, “vai deixar marcas no PS”. Por isso, se o candidato presidencial decidir permanecer no PS, “haverá certamente uma grande frieza”, sublinha um alto dirigente socialista. Até porque, explica, “a vida política não é só regras, há também razões ideológicas, e ele [Alegre] tem tido um discurso conflituoso com tudo o que é o espírito do PS”. Que acentua: “Manuel Alegre tem tido, durante a campanha eleitoral, um discurso populista, ultramontano e de um esquerdismo passadista.”
Ontem, Vitalino Canas, porta-voz do PS, garantiu que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a data da realização do congresso, que está previsto para Outono de 2006. O porta-voz socialista considera que a antecipação do congresso do PS para o primeiro trimestre de 2006, noticiada ontem pelo ‘Expresso’, é “especulativa”.
Fontes do PS dizem que antes do congresso será necessário marcar o acto eleitoral para eleger os novos dirigentes das federações distritais, o que poderá acontecer em Fevereiro ou Março deste ano. No domingo, o PS reúne, a partir das cinco da tarde, o Secretariado Nacional para analisar os resultados das eleições. [Correio da Manhã]
Ontem, Manuel Alegre foi categórico sobre o congresso do PS: “Isso não me interessa. Neste momento só me interessa a segunda volta das presidenciais.”
O certo é que, para já, alguns dirigentes e ex-dirigentes do partido colocam claramente a decisão sobre o futuro de Alegre no PS do lado do candidato presidencial: “A bola vai estar do lado do Alegre no próximo mês”, afirma um socialista. E um alto dirigente do PS acrescenta: “A bola não está no campo do José Sócrates e, por isso, se algo for feito, é em reacção a qualquer atitude menos adequada [de Manuel Alegre].”
O mesmo dirigente diz mesmo que o regresso de Alegre às actividades partidárias, ao grupo parlamentar do PS e às funções de vice-presidente da Assembleia da República, para as quais foi indicado pelos socialistas, “é uma questão de ele se sentir bem ou mal no partido”.
Uma outra fonte socialista é ainda mais precisa. “O Alegre tem duas saídas na segunda-feira: ou abandona a vida política ou se integra no grupo parlamentar e isso irá criar fricções.” E, se assim for, “o Sócrates vai desafiá-lo para disputar a liderança. Isso vai acontecer inevitavelmente, porque aí o Sócrates estará sempre à vontade, até para o massacrar do ponto de vista eleitoral”. A este propósito, diz o alto dirigente: “Manuel Alegre teve cerca de 15 por cento [na disputa com Sócrates para secretário-geral], não sei se teria mais votos se disputasse agora a liderança.”
Certo, neste momento, é que a candidatura presidencial de Manuel Alegre, como diz um ex-dirigente, “vai deixar marcas no PS”. Por isso, se o candidato presidencial decidir permanecer no PS, “haverá certamente uma grande frieza”, sublinha um alto dirigente socialista. Até porque, explica, “a vida política não é só regras, há também razões ideológicas, e ele [Alegre] tem tido um discurso conflituoso com tudo o que é o espírito do PS”. Que acentua: “Manuel Alegre tem tido, durante a campanha eleitoral, um discurso populista, ultramontano e de um esquerdismo passadista.”
Ontem, Vitalino Canas, porta-voz do PS, garantiu que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a data da realização do congresso, que está previsto para Outono de 2006. O porta-voz socialista considera que a antecipação do congresso do PS para o primeiro trimestre de 2006, noticiada ontem pelo ‘Expresso’, é “especulativa”.
Fontes do PS dizem que antes do congresso será necessário marcar o acto eleitoral para eleger os novos dirigentes das federações distritais, o que poderá acontecer em Fevereiro ou Março deste ano. No domingo, o PS reúne, a partir das cinco da tarde, o Secretariado Nacional para analisar os resultados das eleições. [Correio da Manhã]
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