Milo Manara entrevistado pelo PÚBLICO
Carlos Pessoa, jornalista do Público a quem conheci quando eu era fotógrafo no Extra, transformou-se, depois de Vasco Granja, no maior divulgador da BD em Portugal.
Hoje o Gambá resgata do esquecimento (realmente, da página web do Público) uma extraordinaria entrevista que fez ao Milo Manara, desenhador, colaborador e – porque não? – Alter Ego do querido Hugo Pratt.
Tudo a propósito do Corto Maltese. Quem mais? [Rui Ferreira]
Por: CARLOS PESSOA / PUBLICO
29.09.1995
O homem que adorou Pratt e Fellini
As mulheres e o erotismo são o rosto popular do artista. Hugo Pratt e Fellini são os deuses com quem teve a fortuna de trabalhar. Com estas duas metades compõe-se a obra de Milo Manara, o autor italiano de banda desenhada que um dia foi à presença dos mestres. Eles estão mortos, mas não na memória nem na vida do artista.
Mais do que os fantasmas femininos das suas obras eróticas, são os mestres já falecidos que fazem descer a sua presença-ausência tutelares sobre o espírito de Milo Manara. Concretizado o sonho de trabalhar e dar expressão a projectos com os homens que sempre respeitou e amou - Hugo Pratt e Federico Fellini - resta a obra e a memória dolorida desses tempos definitivamente passados. A entrevista que concedeu ao PÚBLICO na Fábrica da Cultura, onde esteve a convite do Festival de BD da Amadora, decorreu sob a égide dessa perda fundamental, que continua a fazer sentir o seu peso na vida do autor italiano.
PÚBLICO - Depois de muitos anos a realizar histórias eróticas, abriu uma nova "frente" de trabalho com Hugo Pratt. Que significado teve para si essa experiência?
Milo Manara - A minha carreira de autor de banda desenhada está duplamente ligada a Hugo Pratt. A minha primeira história surgiu praticamente porque fui obrigado a isso por Pratt, por instigação dele, tanto mais que o utilizei como personagem da minha banda desenhada ["HP et Giuseppe Bergman", 1980].
Mais tarde, houve outro envolvimento, quando fizemos "Verão Índio" [1987] e, a seguir, "El Gaucho" [1995]. Para mim foi uma verdadeira honra saber que, depois da primeira história, Pratt decidiu realizar uma segunda obra comigo. Fui o único desenhador com quem ele trabalhou...
P. - Como é que decorria o vosso trabalho?
R. - Ele elaborava o argumento e eu os desenhos.
P. - Só isso?...
R. - Sim. Mas como ele nunca tinha escrito histórias para outros autores - se excluirmos algumas colaborações de juventude - e elaborava os seus próprios argumentos, não era muito formal no seu método de trabalho.
P. - E agora, que ele morreu, que memória é que guarda desse tempo?
R. - Ah!, trabalhar com Pratt era outra coisa! Por vezes encontrávamo-nos aqui e ali. Olhe, num restaurante, por exemplo! Sabe o que acontecia? Eu digo-lhe: ele escrevia os argumentos à mão, no momento. Eu respeitei sempre todos os diálogos que ele redigia, mas isso não me impedia de acrescentar algo à história. Dou-lhe um exemplo: os primeiros capítulos de "Verão Índio", as primeiras 15 ou 20 páginas, não têm um único diálogo porque fui eu que decidi acrescentá-las à narrativa. Digo isto para concluir que havia entre nós a máxima liberdade de trabalho.
A festa
P. - Era mais fácil, para si, trabalhar a partir de um argumento alheio ou concretizar o seu próprio projecto?
R. - São duas situações diferentes.
P. - Em que sentido?
R. - Bem, as circunstâncias não tinham nada de comum. E isso foi uma situação que ainda se tornou mais vincada quando trabalhei com Fellini... Trabalhar com Pratt era a festa.
P. - Porque podia acontecer nas circunstâncias mais invulgares, como num restaurante?...
R. - Bem, isso também aconteceu com Fellini... Quanto a Pratt, havia uma diferença fundamental: o realizador era eu. Quando trabalhava com ele, era como se estivesse em casa. E, por isso, nunca tive problemas particulares.
P. - Se ele não tivesse morrido, continuariam a trabalhar?
R. - Claro. Já tínhamos pronta uma história cujo protagonista era um escravo bárbaro no tempo do Império Romano. Encontrámo-nos 15 dias antes dele morrer e nessa ocasião mostrou-me a história toda, já pronta.
P. - Vai fazê-la?
R. - Não.
P. - E com Fellini...
R. - Com Fellini, o realizador era ele! O trabalho era outra coisa...
P. - Outra coisa?
R. - Sim, outra coisa. Havia outra fadiga, outro ritmo... Mesmo a minha relação com o desenho era diferente. Sim, é isso, era realmente outra coisa...
P. - Mas isso significa que na sua relação com o cineasta italiano você limitava-se a pôr em desenho o que ele tinha na cabeça?
R. - Quando digo que era menos realizador quando trabalhava com Fellini, isso não quer dizer que não tenha adorado trabalhar com ele, tanto ou mais do que nas obras em que desenvolvi os meus próprios argumentos. Só que não era, de facto, a mesma coisa...
P. - O que há, então, de diferente? Pode ser mais explícito?
R. - Quando escrevo os meus próprios argumentos há sempre alguma pesquisa ao nível da história, uma certa curiosidade por certas coisas que gostaria de colocar nas histórias. Com ele, era outra coisa...
O mestre
P. - Como conheceu Fellini?
R. - De uma forma muito simples: um dia, um jornalista da televisão italiana decidiu pedir a colaboração a alguns autores de banda desenhada para uma homenagem a Fellini, que nunca tinha ocultado a sua simpatia por este meio de expressão. Ele apreciou muito o que eu tinha feito e convidou-me a ir a casa dele e à Cinecittà. Isto passou-se em 1985. Depois, o "Corriere della Sera" publicou uma sinopse do cineasta e o director do jornal convidou-me para fazer desenhos que ilustrassem, em sete dias consecutivos, o texto de Fellini. Nunca cheguei a saber se a ideia de ilustrar o texto tinha partido de Fellini ou do responsável da publicação.
P. - Foi o começo da vossa colaboração...
R. - Sim. Fellini gostou das minhas ilustrações, falámos e começámos a sonhar juntos. O passo seguinte foi pensarmos em projectos de banda desenhada. E como nos últimos três anos da sua vida não conseguiu encontrar produtor para os seus filmes - acho isto a vergonha da Itália! -, trabalhou comigo. Fizemos duas histórias.
P. - E tudo correu bem...
R. - Ele ficou muito contente com o resultado. Na banda desenhada, ele tinha a maior das liberdades, embora não seja como no cinema. O cinema é o "Grande Sonho" da humanidade, enquanto a banda desenhada é outra coisa.
P. - O "pequeno sonho" da humanidade, porventura?...
R. - (Risos) - Sim, sim... Mas apesar de não ser a mesma coisa, Fellini teve a possibilidade de pôr o seu projecto em imagens, sem as dificuldades que habitualmente existem no cinema.
P. - Antes de trabalhar com Pratt e Fellini você já era um autor conhecido, popular. Nesse sentido, a colaboração com eles não acrescenta nada ao que já tinha conquistado. O que o fez correr?
R. - Nada que tivesse a ver com uma ambição de autor. Era um desejo pessoal. Fellini era, para mim, um mestre, que eu adorava como cineasta, desde "Fellini 8 e 1/2" e "La Dolce Vita", muito antes de o conhecer pessoalmente... Era alguém que vivia nas nuvens, que não tinha hesitações... Enfim, era um deus!
A adoração
P. - E quando o conheceu...
R. - Quando surgiu a possibilidade de o conhecer e de trabalharmos juntos, podia lá hesitar! Era a oportunidade mais aguardada da minha vida! E isso não tem nada a ver com a minha ambição artística. Aliás, as obras que registaram menos sucesso comercial foram precisamente as que fiz com Fellini. Mas isso pouco importa, porque o que conta é a experiência de trabalho com ele. Quando isso aconteceu, tive a impressão de entrar na História (risos). Estou-lhe muito grato, porque o meu trabalho deu-me o privilégio de cruzar a parábola de um grande homem.
P. - A sua popularidade tem tudo a ver com os temas tratados por si: a mulher e o o erotismo. Essa opção foi clara para si desde a primeira hora?
R. - Sim... Comecei a desenhar mulheres nuas como profissão, para ganhar a vida. Eram histórias para pequenos editores com argumentos que não escrevi. Mas sempre adorei o erotismo como expressão de liberdade, e também como divertimento. Para mim, é a energia da vida, o princípio que faz florir as árvores na Primavera. Uma energia poderosa que é, para mim, irresistível. E daí essa fascinação total. Como ele se tornou objecto de uma forma de controlo social, um instrumento de poder por parte das religiões e dos poderes políticos, encontra a sua força na transgressão, que é a verdadeira liberdade.
P. - Mas que tem uma contrapartida na fragilidade dos seus heróis masculinos...
R. - Sim. Os meus fantasmas não são sobretudo masculinos. Os meus fantasmas são principalmente femininos...
P. - Que lhe estão tão colados à pele ao ponto de quase não deixarem entrever o outro criador Manara, amigo de Pratt e Fellini.
R. - Pois é. É a vida. Não é justo que alguém que tenha feito 10 obras, das quais só duas são eróticas, seja conhecido por estas duas últimas. Mas esse não é um problema meu. É um problema dos outros (risos).
P. - E por isso vai continuar a trabalhar nesse registo.
R. - Sim. Nesse tema e em outras coisas não eróticas, porque o que procuro principalmente é divertir-me, na esperança de que os que me lêem se divirtam também.
Hoje o Gambá resgata do esquecimento (realmente, da página web do Público) uma extraordinaria entrevista que fez ao Milo Manara, desenhador, colaborador e – porque não? – Alter Ego do querido Hugo Pratt.
Tudo a propósito do Corto Maltese. Quem mais? [Rui Ferreira]
Por: CARLOS PESSOA / PUBLICO
29.09.1995
O homem que adorou Pratt e Fellini
As mulheres e o erotismo são o rosto popular do artista. Hugo Pratt e Fellini são os deuses com quem teve a fortuna de trabalhar. Com estas duas metades compõe-se a obra de Milo Manara, o autor italiano de banda desenhada que um dia foi à presença dos mestres. Eles estão mortos, mas não na memória nem na vida do artista.
Mais do que os fantasmas femininos das suas obras eróticas, são os mestres já falecidos que fazem descer a sua presença-ausência tutelares sobre o espírito de Milo Manara. Concretizado o sonho de trabalhar e dar expressão a projectos com os homens que sempre respeitou e amou - Hugo Pratt e Federico Fellini - resta a obra e a memória dolorida desses tempos definitivamente passados. A entrevista que concedeu ao PÚBLICO na Fábrica da Cultura, onde esteve a convite do Festival de BD da Amadora, decorreu sob a égide dessa perda fundamental, que continua a fazer sentir o seu peso na vida do autor italiano.
PÚBLICO - Depois de muitos anos a realizar histórias eróticas, abriu uma nova "frente" de trabalho com Hugo Pratt. Que significado teve para si essa experiência?
Milo Manara - A minha carreira de autor de banda desenhada está duplamente ligada a Hugo Pratt. A minha primeira história surgiu praticamente porque fui obrigado a isso por Pratt, por instigação dele, tanto mais que o utilizei como personagem da minha banda desenhada ["HP et Giuseppe Bergman", 1980].
Mais tarde, houve outro envolvimento, quando fizemos "Verão Índio" [1987] e, a seguir, "El Gaucho" [1995]. Para mim foi uma verdadeira honra saber que, depois da primeira história, Pratt decidiu realizar uma segunda obra comigo. Fui o único desenhador com quem ele trabalhou...
P. - Como é que decorria o vosso trabalho?
R. - Ele elaborava o argumento e eu os desenhos.
P. - Só isso?...
R. - Sim. Mas como ele nunca tinha escrito histórias para outros autores - se excluirmos algumas colaborações de juventude - e elaborava os seus próprios argumentos, não era muito formal no seu método de trabalho.
P. - E agora, que ele morreu, que memória é que guarda desse tempo?
R. - Ah!, trabalhar com Pratt era outra coisa! Por vezes encontrávamo-nos aqui e ali. Olhe, num restaurante, por exemplo! Sabe o que acontecia? Eu digo-lhe: ele escrevia os argumentos à mão, no momento. Eu respeitei sempre todos os diálogos que ele redigia, mas isso não me impedia de acrescentar algo à história. Dou-lhe um exemplo: os primeiros capítulos de "Verão Índio", as primeiras 15 ou 20 páginas, não têm um único diálogo porque fui eu que decidi acrescentá-las à narrativa. Digo isto para concluir que havia entre nós a máxima liberdade de trabalho.
A festa
P. - Era mais fácil, para si, trabalhar a partir de um argumento alheio ou concretizar o seu próprio projecto?
R. - São duas situações diferentes.
P. - Em que sentido?
R. - Bem, as circunstâncias não tinham nada de comum. E isso foi uma situação que ainda se tornou mais vincada quando trabalhei com Fellini... Trabalhar com Pratt era a festa.
P. - Porque podia acontecer nas circunstâncias mais invulgares, como num restaurante?...
R. - Bem, isso também aconteceu com Fellini... Quanto a Pratt, havia uma diferença fundamental: o realizador era eu. Quando trabalhava com ele, era como se estivesse em casa. E, por isso, nunca tive problemas particulares.
P. - Se ele não tivesse morrido, continuariam a trabalhar?
R. - Claro. Já tínhamos pronta uma história cujo protagonista era um escravo bárbaro no tempo do Império Romano. Encontrámo-nos 15 dias antes dele morrer e nessa ocasião mostrou-me a história toda, já pronta.
P. - Vai fazê-la?
R. - Não.
P. - E com Fellini...
R. - Com Fellini, o realizador era ele! O trabalho era outra coisa...
P. - Outra coisa?
R. - Sim, outra coisa. Havia outra fadiga, outro ritmo... Mesmo a minha relação com o desenho era diferente. Sim, é isso, era realmente outra coisa...
P. - Mas isso significa que na sua relação com o cineasta italiano você limitava-se a pôr em desenho o que ele tinha na cabeça?
R. - Quando digo que era menos realizador quando trabalhava com Fellini, isso não quer dizer que não tenha adorado trabalhar com ele, tanto ou mais do que nas obras em que desenvolvi os meus próprios argumentos. Só que não era, de facto, a mesma coisa...
P. - O que há, então, de diferente? Pode ser mais explícito?
R. - Quando escrevo os meus próprios argumentos há sempre alguma pesquisa ao nível da história, uma certa curiosidade por certas coisas que gostaria de colocar nas histórias. Com ele, era outra coisa...
O mestre
P. - Como conheceu Fellini?
R. - De uma forma muito simples: um dia, um jornalista da televisão italiana decidiu pedir a colaboração a alguns autores de banda desenhada para uma homenagem a Fellini, que nunca tinha ocultado a sua simpatia por este meio de expressão. Ele apreciou muito o que eu tinha feito e convidou-me a ir a casa dele e à Cinecittà. Isto passou-se em 1985. Depois, o "Corriere della Sera" publicou uma sinopse do cineasta e o director do jornal convidou-me para fazer desenhos que ilustrassem, em sete dias consecutivos, o texto de Fellini. Nunca cheguei a saber se a ideia de ilustrar o texto tinha partido de Fellini ou do responsável da publicação.
P. - Foi o começo da vossa colaboração...
R. - Sim. Fellini gostou das minhas ilustrações, falámos e começámos a sonhar juntos. O passo seguinte foi pensarmos em projectos de banda desenhada. E como nos últimos três anos da sua vida não conseguiu encontrar produtor para os seus filmes - acho isto a vergonha da Itália! -, trabalhou comigo. Fizemos duas histórias.
P. - E tudo correu bem...
R. - Ele ficou muito contente com o resultado. Na banda desenhada, ele tinha a maior das liberdades, embora não seja como no cinema. O cinema é o "Grande Sonho" da humanidade, enquanto a banda desenhada é outra coisa.
P. - O "pequeno sonho" da humanidade, porventura?...
R. - (Risos) - Sim, sim... Mas apesar de não ser a mesma coisa, Fellini teve a possibilidade de pôr o seu projecto em imagens, sem as dificuldades que habitualmente existem no cinema.
P. - Antes de trabalhar com Pratt e Fellini você já era um autor conhecido, popular. Nesse sentido, a colaboração com eles não acrescenta nada ao que já tinha conquistado. O que o fez correr?
R. - Nada que tivesse a ver com uma ambição de autor. Era um desejo pessoal. Fellini era, para mim, um mestre, que eu adorava como cineasta, desde "Fellini 8 e 1/2" e "La Dolce Vita", muito antes de o conhecer pessoalmente... Era alguém que vivia nas nuvens, que não tinha hesitações... Enfim, era um deus!
A adoração
P. - E quando o conheceu...
R. - Quando surgiu a possibilidade de o conhecer e de trabalharmos juntos, podia lá hesitar! Era a oportunidade mais aguardada da minha vida! E isso não tem nada a ver com a minha ambição artística. Aliás, as obras que registaram menos sucesso comercial foram precisamente as que fiz com Fellini. Mas isso pouco importa, porque o que conta é a experiência de trabalho com ele. Quando isso aconteceu, tive a impressão de entrar na História (risos). Estou-lhe muito grato, porque o meu trabalho deu-me o privilégio de cruzar a parábola de um grande homem.
P. - A sua popularidade tem tudo a ver com os temas tratados por si: a mulher e o o erotismo. Essa opção foi clara para si desde a primeira hora?
R. - Sim... Comecei a desenhar mulheres nuas como profissão, para ganhar a vida. Eram histórias para pequenos editores com argumentos que não escrevi. Mas sempre adorei o erotismo como expressão de liberdade, e também como divertimento. Para mim, é a energia da vida, o princípio que faz florir as árvores na Primavera. Uma energia poderosa que é, para mim, irresistível. E daí essa fascinação total. Como ele se tornou objecto de uma forma de controlo social, um instrumento de poder por parte das religiões e dos poderes políticos, encontra a sua força na transgressão, que é a verdadeira liberdade.
P. - Mas que tem uma contrapartida na fragilidade dos seus heróis masculinos...
R. - Sim. Os meus fantasmas não são sobretudo masculinos. Os meus fantasmas são principalmente femininos...
P. - Que lhe estão tão colados à pele ao ponto de quase não deixarem entrever o outro criador Manara, amigo de Pratt e Fellini.
R. - Pois é. É a vida. Não é justo que alguém que tenha feito 10 obras, das quais só duas são eróticas, seja conhecido por estas duas últimas. Mas esse não é um problema meu. É um problema dos outros (risos).
P. - E por isso vai continuar a trabalhar nesse registo.
R. - Sim. Nesse tema e em outras coisas não eróticas, porque o que procuro principalmente é divertir-me, na esperança de que os que me lêem se divirtam também.
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