janeiro 04, 2006

OBITO / Carlos Carceres Monteiro

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Mais de uma centena de amigos e colegas participaram hoje na última homenagem a Carlos Cáceres Monteiro, fundador e ex-director da revista Visão, considerado por muitos como um dos melhores repórteres da história do jornalismo português.

A missa de corpo presente decorreu hoje na Basílica da Estrela, em Lisboa, seguindo o cortejo fúnebre para o cemitério dos Olivais, onde o corpo do jornalista será cremado quinta-feira à tarde.

Cáceres Monteiro morreu terça-feira aos 57 anos, vítima de doença prolongada, depois de ter estado internado três semanas.

"A classe fica a dever-lhe muito pela coragem e tenacidade com que enfrentou várias lutas. Era um repórter de corpo inteiro como muitos de nós gostaríamos de ser e exercia sobre todos um grande fascínio. Jamais haverá outro igual", afirmou Alfredo Maia, presidente do sindicato dos jornalistas.

Os colegas de profissão elogiaram, sobretudo, o talento de Cáceres Monteiro para a reportagem e o seu contributo, enquanto dirigente sindical entre 1977 e 1981, para importantes conquistas da classe como a definição do estatuto de jornalista e a lei da imprensa.

"No plano técnico-profissional penso que foi o maior repórter da minha geração. No plano deontológico foi um dirigente sindical importantíssimo e muito influente no período complicado do pós-25 de Abril, que conseguiu manter a unidade na profissão", resumiu Adelino Gomes, grande-repórter do jornal Público.

Na revista Visão, que Cáceres dirigiu desde a fundação até ao Verão passado, os colegas recordam a personalidade e o carácter do colega. "Era um director de porta aberta, sempre disponível para todos e muito próximo da redacção. Sobretudo o que o jornalismo português perdeu foi um bom homem e um bom amigo", sublinhou Pedro Camacho, que substituiu Cáceres Monteiro na direcção da revista.

A classe política não faltou à última despedida ao jornalista e o Governo fez-se representar por António Costa. "Era um amigo de longa data. A sua morte impressionou-me muito e é uma grande perda para o país", referiu o ministro da Administração Interna. [SIC]